top of page

O corpo lembra: trauma relacional e suas máscaras


ree

Sabe aquela sensação de que você está vivendo tudo certo, mas algo dentro de você ainda não se acalmou? Que mesmo em ambientes seguros, seu corpo age como se estivesse em alerta? Pois é... às vezes, a ameaça não está mais presente — mas o corpo ainda guarda a memória.


Quando falamos em trauma relacional, falamos de dores que não nasceram de um evento isolado, mas de relações. Relações marcadas por negligência emocional, chantagem afetiva, manipulação, ou mesmo por ausência de acolhimento nos momentos mais importantes da vida.


E esse tipo de trauma é cheio de disfarces. Ele pode se esconder atrás de uma vida aparentemente “normal”. Mas, no fundo, o que vemos são máscaras:


A máscara da fortaleza: Quem usa essa, geralmente ouviu que sentir é fraqueza. Cresceu engolindo o choro, aprendendo que pedir ajuda era sinal de fracasso. Então, veste a armadura todos os dias, mesmo quando o peito está em pedaços.


A máscara do salvador: Aqui mora quem sempre cuida de todo mundo. Vive dizendo “tá tudo bem”, mesmo quando não está. Acredita que só será amada se for indispensável para os outros. Mas, no silêncio, carrega a sensação de que ninguém cuida dela.

A máscara do desapego: Essa máscara diz: “não preciso de ninguém”. É o isolamento que finge ser liberdade. Mas, por trás, há uma criança que aprendeu que confiar dói — então, prefere não se envolver.


Mas se o trauma está nas relações, é também nas relações que ele pode começar a cicatrizar.

E aí entra a potência da psicoterapia. Porque o espaço terapêutico é, muitas vezes, o primeiro lugar onde uma pessoa é vista de verdade. Onde ela pode existir sem precisar provar nada. Sem máscaras.


O corpo, aos poucos, começa a entender que agora pode baixar a guarda. Que ali há alguém que escuta, que sustenta, que não vai embora. E isso... isso é profundamente transformador. "A segurança que faltou lá atrás pode ser construída aqui e agora."


E como saber se esse pode ser o meu caso?

Você não precisa ter vivido um grande “trauma visível” para ter sido ferida. Preste atenção se:

  • Você tem dificuldade em confiar ou se abrir emocionalmente.

  • Vive com medo de ser rejeitada ou abandonada.

  • Tem a sensação constante de estar errada ou “demais”.

  • Evita conflitos a qualquer custo.

  • Sente um vazio persistente mesmo em relacionamentos afetivos.


Se você se reconhece em algum desses pontos, não significa que algo está “errado” com você. Significa que talvez você tenha aprendido, por sobrevivência, a viver de um jeito que hoje já não faz mais sentido. E tá tudo bem... o mais importante é reconhecer. E buscar caminhos de cuidado.



Lindalva M Pereira

Psicanalista Clínica - SJCampos - SP

Comentários


Contate-me

Se tiver perguntas, entre com contato comigo:

20250226_085009_edited_edited.jpg

Lindalva M Pereira

Tel: (11) 91237 1320

contato@lindalvapsicanalista.com

  • Instagram
  • Facebook
  • Linkedin

Todo o conteúdo deste site é autoral. Se fizer sentido para você e quiser compartilhar, fique à vontade! Só peço que mencione a fonte, assim respeitamos o trabalho e seguimos espalhando conhecimento de forma ética e consciente.

bottom of page