É preciso ter cuidado com a terceirização do pensamento
- Lindalva M Pereira
- 6 de abr.
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Atualizado: 17 de abr.

(Texto escrito em abril/2020)
Embora pareça paradoxal, o título acima nos convida a um exercício fundamental: construir deduções próprias, a partir de nós mesmos. Um ato individual e necessário, impulsionado por fatos, constatações e interpretações pessoais.
Não somos bons em História, nem Geografia Política e menos ainda em Sociologia. Convenientemente, estas disciplinas nunca ganharam a visibilidade que lhe competem no currículo escolar.
Conseguimos aprender mandarim pela internet. Logo, é inadmissível que não possamos adquirir conhecimento de qualidade, através de fontes fidedignas e instrutivas.
Reconheço o desafio de conscientizar uma população com altos índices de analfabetismo funcional. Este, por sua vez, se manifesta quando o indivíduo, mesmo capaz de ler, não interpreta o texto com clareza, demonstra dificuldade em raciocinar e sucumbe rapidamente à exaustão mental. Soma-se a isso o analfabetismo digital, que nos torna vulneráveis à manipulação de algoritmos programados para condicionar nossas mentes.
Ciente de que muitos brasileiros lutam para suprir necessidades básicas, ressalto a responsabilidade daqueles que alcançaram níveis superiores na pirâmide de Maslow. A estes, cabe o dever de buscar e defender convicções com assertividade, repudiando a mera replicação de ideias prontas.
O retrocesso civilizatório se materializa em uma nação interditada, tolhida, proibida, castrada, calada, censurada, presa, torturada e subjugada. Precisamos nos reconciliar como sociedade autônoma e inteligente, evitando conflitos tribais em um momento tão delicado.
Acredito que estejamos sob ataques múltiplos à nossa alma, intelecto e sobriedade. Mais do que nunca, precisamos estudar, pesquisar e transformar o ócio em conhecimento.
Se a ignorância é o vírus mais letal da história, o conhecimento é o antídoto que nos salva.
Lindalva M Pereira
Psicanalista/ S.J.Campos SP
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