Depressão, o que é necessário saber?
- Lindalva M Pereira
- 6 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de abr.

Depressão é diferente de tristeza, a depressão é representada por sentimentos e sensações que vão muito além da tristeza circunstancial.
A Depressão pode ou não ter causa aparente, ela precisa ser compreendida mediante um quadro sintomático, que por sua vez categorizará o tipo da depressão, e só a partir disto indicará o tratamento adequado.
Em geral, a depressão traz como principais sintomas:
falta de energia psíquica, sensação de cansaço que vai além do físico, a pessoa necessita apenas ficar inerte a tudo;
a comunicação fica mais econômica e o contato social passa a ser evitado;
sentimento de vazio, como se nada ou nenhuma notícia fosse relevante o bastante para preenchê-lo, tal como “um grande buraco na alma”;
ausência de prazer em coisas que antes eram prazerosas;
distúrbio do apetite para muito mais ou para muito menos;
distúrbio do sono, insônia ou hipersonia;
desconexão com o tempo futuro, sentimento de desalento;
baixa autoestima, autocuidado e até mesmo a higiene pessoal passa a ser negligenciada, o simples ato de tomar banho passa a ser desafio intransponível;
Alguns tipos de depressão têm cura, através de psicoterapia e da psiquiatria, podendo haver necessidade de intervenção medicamentosa. E aqui chegamos na parte da medicação, que muitas pessoas ainda são resistentes, o que é compreensível, mas é importante ponderar que quando a psicopatologia está estabelecida, pode ser moroso ou até improvável que a psicoterapia possa reverter a depressão, exclusivamente através de ferramentas psicoterápicas.
É necessário estabilizar o depressivo, atenuar os seus sintomas, para que ele obtenha “fôlego emocional” e ao passo que os sintomas começam a ceder, a psicoterapia pode passar a investigar a causa, contribuir para o desenvolvimento de recursos próprios que atuem sob a depressão.
É inimaginável pensar, que em tempos atuais, ainda há tanta desinformação e desserviço acerca da doença. A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 5% da população mundial sofre de depressão, no entanto, também reconhecem que este número é sumariamente subestimado por serem extraídos apenas dos casos diagnosticados e que procuraram algum órgão público para tratamento.
Um número supostamente três vezes maior do que a estatística, tem a doença sem saber que a tem. O que nos leva ao fator de maior risco: o suicídio.
Por fim, é correto dizer que o sofrimento ocasional faz parte da vida, a tristeza que não vem acompanhada de outros sintomas, que há causa definida e que não se alonga, tudo isso faz parte da vida, mas a depressão vai além e não faz parte do que é natural a vida.
Lindalva M Pereira
Psicanalista Clínica/ SJCampos - SP
Comentários